sexta-feira, 1 de abril de 2011

Planejamento e Avaliação

Planejamento

“A aprendizagem deve ser vista como centro do processo educativo, uma vez que o aprender, como processo individual e intransferível, permite ao sujeito ampliar o domínio cognitivo reflexivo, por meio de novas experiências, construir significados, criar e recriar múltiplas possibilidades de intervir na realidade, buscando apropriar-se dela e, se for o caso, transformá-la”.
Referenciais da Educação da RME de Caxias do Sul, Caderno 1. 2010

“No contexto escolar, ensinar, tarefa destinada ao professor, pressupõe organizar condições e planejar estratégias pedagógicas que favoreçam a aprendizagem.”
Referenciais da Educação da RME de Caxias do Sul, Caderno 1. 2010
O que é planejamento?

[...] O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma mediação teórico-metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo.
(VASCONCELLOS, 2000)
Avaliação
O que é avaliar?

“Inerente ao processo de aprendizagem, a avaliação escolar pode ser entendida como um meio de obter informações sobre os avanços e as dificuldades de cada aluno, de forma a constatar a realidade e, posteriormente, qualificá-la. A avaliação configura-se, portanto, como suporte permanente para o processo de aprendizagem, conduzindo o professor no (re)planejamento de suas ações e orientando o aluno a prosseguir, com êxito, no seu processo de escolarização.”
(Referenciais da Educação da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul,
Caderno 1, p.33)
Luckesi define avaliação escolar como “um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão”. Portanto, segundo essa definição, não há avaliação se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a aprendizagem.
Ainda segundo o autor, a boa avaliação envolve três passos:
Saber o nível atual de desempenho do aluno (diagnóstico)
Comparar essa informação com aquilo que é necessário ensinar no processo educativo (qualificação)
Tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados (planejamento de atividades, sequências didáticas ou projetos de ensino, com os respectivos instrumentos avaliativos para cada etapa).

“A avaliação precisa ser parte de todo o processo de aprendizagem, em vez de simplesmente aparecer no final de uma unidade ou capítulo como forma de checar se nossos objetivos foram atingidos. Já que o processo de aprendizagem é contínuo (nunca paramos de aprender), então a avaliação também precisa ser.”
(MAGALHÃES, 2000)
Avaliação como parte do Planejamento
“A avaliação da aprendizagem tem por referencial os objetivos propostos no planejamento e, ao mesmo tempo, toma como parâmetro o próprio desenvolvimento do estudante. Nesse processo, de acordo com Azevedo e Rowell (2009b), são estabelecidos critérios, indicadores e instrumentos de avaliação que, de forma coerente e condizente com a prática educativa, preveem o caminho que o aluno percorre ao longo de seu processo de aprender.”
(Referenciais da Educação da Rede Municipal de Ensino de Caxias do
Sul, Caderno 1, p.33)
“Os indicadores, segundo as autoras, expressam os desempenhos observáveis tendo em vista os objetivos que foram alcançados; os instrumentos são os meios pelos quais o desempenho será evidenciado (provas, testes, problemas, entrevistas, etc.); os critérios mostram a qualidade do desempenho em relação ao previsto nos objetivos.”
(Referenciais da Educação da Rede Municipal de Ensino de Caxias do Sul,
Caderno 1, p.33)
Alguns critérios que permitem transformar
as tarefas escolares em problemas:
• Propor tarefas abertas que admitam vários caminhos de resolução
• Modificar o formato dos problemas
• Diversificar os contextos nos quais se propõe a aplicação de uma mesma estratégia
• Propor as tarefas em cenários cotidianos e significativos para o aluno
• Adequar a definição do problema, as perguntas e a informação proporcionada aos objetivos da tarefa.
• Usar os problemas com fins diversos durante o desenvolvimento de um tema.
• Habituar o aluno a adotar suas próprias decisões sobre o processo de resolução
• Fomentar a cooperação entre os alunos na realização das tarefas
• Proporcionar aos alunos a informação que precisarem durante o processo de resolução.
• Avaliar mais os processos do que a correção final da resposta obtida
• Valorizar o grau do processo de resolução que envolve planejamento prévio, reflexão e auto avaliação pelo aluno
• Valorizar a reflexão e a profundidade das soluções alcançadas.


Material retirado dos REFERENCIAS CURRICULARES DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE CAXIAS DO SUL.

Coordenadoras: Ludimila Zan e Patricia Bampi

Habilidades e Competências

AS COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS

CELSO ANTUNES

  1. Dominar plenamente a leitura escrita, lidando com seus símbolos e signos e assim se beneficiar das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.

  2. Perceber as múltiplas linguagens utilizadas pela humanidade.

  3. Perceber a matemática em suas relações com o mundo, “matematizar” suas relações com os saberes e resolver problemas.

  4. Conhecer, compreender, interpretar, analisar, relacionar, comparar e sintetizar dados, fatos e situações do cotidiano e através dessa imersão adquirir não somente uma qualificação profissional, mas também competências que a tornem apta a enfrentar inúmeras situações.

  5. Compreender as redes de relações sociais e atuar sobre as mesmas como cidadãos.

  6. Valorizar o diálogo, a negociação e as relações interpessoais.

  7. Descobrir o encanto e a beleza nas expressões culturais de sua gente e de seu entorno.

  8. Saber localizar, acessar, contextualizar e usar melhor as informações disponíveis.

  9. Saber selecionar e classificar as informações recebidas, perceber de maneira critica os diferentes meios de comunicação para melhor desenvolver sua personalidade e estar à altura de agir cada vez co maior capacidade de autonomia e discernimento.

  10. Aprender o sentido da verdadeira cooperação desenvolvendo a compreensão do outro e descobrindo meios e processos para se trabalhar e respeitar os valores do pluralismo e da compreensão mutua.

BERNARDO TORO

  1. Dominar a leitura, a escrita e as diversas linguagens utilizadas pelo homem.

  2. Fazer cálculos e resolver problemas.

  3. Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações.

  4. Compreender seu entorno social e atuar sobre ele.

  5. Receber criticamente os meios de comunicação.

  6. Localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada.

  7. Planejar, trabalhar e decidir em grupo.

TÂNIA AZEVEDO e VANIA ROWELL

  1. Resolver problemas de forma viável e eficaz.

  2. Utilizar adequadamente diversas linguagens humanas, sejam verbais (em nível oral e/ou escritos) sejam não-verbais.

  3. Avaliar criticamente dados, situações e fenômenos.

  4. Usar adequadamente a informação acumulada.

  5. Atuar em grupo.

VASCO MORETTO a as diretrizes do MEC explicitam cinco competências:

  1. Domínio de linguagens.

  2. Compreensão de fenômenos.

  3. Construção de argumentações.

  4. Soluções de problemas.

  5. Elaboração de propostas.

LISTA DE HABILIDADES (Celso Antunes)

EDUCAÇÃO INFANTIL

EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL (1ª a 4ª série)

EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL (5ª a 8ª série)

Observar

Seriar

Classificar

Conhecer

Localizar no espaça

Enumerar

Compreender

Medir

Aplicar

Comparar

Relatar

Demonstrar

Separar e reunir

Combinar

Debater

Consultar e conferir

Demonstrar

Deduzir


Localizar no tempo

Analisar


Transferir e criar

Interpretar



Provar



Concluir



Refletir



Conceituar



Criticar



Sintetizar e resumir



Interagir


HABILIDADES MENTAIS

OBSERVAÇÃO: ato de procurar, notar, perceber, sentir;

COMPARAÇÃO: verificação de semelhanças e diferenças entre objetos, idéias ou processos;

CLASSIFICAÇÃO: ocorre quando se estabelece semelhanças entre objetos, idéias, fatos ou fenômenos; agrupar segundo algum critério;

ANÁLISE: desdobramento de uma comunicação em seus elementos ou partes constituintes, de modo a tomar clara a hierarquia das idéias;

IMAGINAÇÃO: organização mental do que não foi totalmente percebido;

INTERPRETAÇÃO: reordenação do fato apresentado, explicação ou sumarização de uma comunicação (texto e contexto), tendo como suporte as experiências do individuo;

SÍNTESE: forma condensada de apresentar o núcleo do trabalho; identificar os aspectos significativos sem prejuízos da compreensão do todo;

HIPÓTESE: explicação possível para determinado acontecimento;

CRÍTICA: significa julgamento; feita a partir do conhecimento;

DECISÃO: exige escolha entre alternativas, e deve ser feita não só a partir de leis, princípios, generalizações e regras, como também será influenciada pelos valores;

OBTENÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE DADOS: coleta e organização de informações (pesquisa);

COMPREENSÃO: se opõe à memorização; quem compreende se apropria e constrói o conhecimento, associando-o a outros que já possuía.

SERIAÇÃO: ordenar segundo certos critérios; envolve também a habilidade de comparar;

LOCALIZAÇÃO NO ESPAÇO: o uso correto de referências espaciais é essencial para que o aluno se familiarize com as noções de “esquerda/direita”, “na frente/atrás” em relação ao próprio corpo e depois possa estendê-las aos pontos cardeais e colaterais;

LOCALIZAÇÃO NO TEMPO: o tempo da criança não é o mesmo tempo do adulto, que já viveu “mais tempo” e vivenciou “outros tempos”;

RELATO: favorece a apropriação de descobertas e idéias, para si mesmo e para os outros;

CRIAÇÃO: novas idéias;

APLICAÇÃO: aplicar um conhecimento já obtido;

DEBATE: discutir, contestar, argumentar;

DEDUÇÃO: extrair conclusões a partir do exame dos fatos;

REFLEXÃO: meditar, refletir sobre algo;

INTERAÇÃO: agir de forma recíproca, mútua, agir com o outro;

SOLUÇÃO DE PROBLEMAS: constitui excelente ferramenta para iniciar o aluno no processo de tomada de decisões e autonomia intelectual;


FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

  • RATHS, Ensinar a pensar

  • ANTUNES, Celso. Trabalhando Habilidades – Construindo ideias

Retirado do material do curso de Formação de Coordenadores Pedagógicos promovido pela SMED

Coordenadoras: Ludimila Zan e Patricia Bampi